A inflação voltou a ser um dos principais vilões da economia brasileira em 2025. Apesar dos esforços anunciados pelo governo, os preços dos alimentos, combustíveis e serviços continuam subindo acima da média oficial. Quem mais sente essa pressão é a classe média, que, sem acesso a benefícios sociais, acaba pagando a conta — inclusive do próprio governo.
Segundo o Banco Central, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado nos últimos 12 meses já ultrapassa 5,3%. Para muitos economistas, esse número não reflete a realidade vivida nas ruas, nos mercados e nos postos de gasolina.
📊 A inflação percebida é muito maior
Os dados oficiais podem até parecer “controlados”, mas a realidade é outra. A inflação de verdade, aquela que as famílias enfrentam no dia a dia, bate forte nas despesas essenciais:
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O arroz já aumentou mais de 10% em relação ao ano passado.
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A gasolina ultrapassa os R$ 6,00 o litro em várias capitais.
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A carne bovina está sendo substituída por ovos e frango em muitas casas.
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Escolas e planos de saúde reajustaram suas mensalidades acima de 8%.
Esse cenário afeta diretamente o orçamento da classe média, que muitas vezes sustenta dois adultos trabalhando, filhos em escola particular e compromissos financeiros fixos. E mesmo com todas essas obrigações, não recebe ajuda governamental.
🧾 Mudança de hábitos: um novo estilo de vida
Com os preços cada vez mais altos, muitas famílias estão reavaliando seus hábitos de consumo. A inflação obrigou a classe média a cortar gastos, priorizar necessidades básicas e, em alguns casos, até abrir mão de conforto.
Veja algumas mudanças comuns em 2025:
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Menos uso do carro: a alta da gasolina forçou muitos a caminhar ou usar transporte público.
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Fim dos deliveries: pedir comida virou luxo; a maioria voltou a cozinhar em casa.
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Troca de marcas: as marcas conhecidas deram lugar às mais baratas ou de segunda linha.
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Cancelamento de serviços: academias, streamings, planos de celular — tudo sendo cortado.
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Férias reduzidas ou canceladas: viagens longas deram lugar ao “ficar em casa”.
Essa adaptação não é voluntária. É uma reação à perda constante de poder de compra e ao custo de viver no Brasil.
💰 O custo do Estado brasileiro pesa mais que a inflação
Enquanto a população aperta o cinto, o governo continua gastando. O orçamento da União para 2025 ultrapassa R$ 5,6 trilhões. Grande parte desse valor vai para:
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Folha de pagamento do funcionalismo (ativos e inativos);
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Pagamento de juros da dívida pública;
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Emendas parlamentares, que cresceram significativamente nos últimos anos;
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Manutenção de estatais deficitárias e ministérios ineficientes.
Apesar do anúncio de uma economia de R$ 25,9 bilhões com revisão de contratos, esse valor representa menos de 0,5% do orçamento federal. É simbólico diante da necessidade de uma reforma administrativa real, que enxugue gastos e torne o Estado mais eficiente.
A classe média paga essa conta com alta carga tributária, impostos sobre consumo e renda, e pouquíssimo retorno em serviços públicos de qualidade.
📌 Conclusão: a inflação é sintoma de um sistema que não funciona
A inflação de 2025 não é apenas resultado de fatores externos ou do mercado. Ela é também reflexo direto da má gestão dos recursos públicos, da ausência de reformas e do tamanho do Estado.
Enquanto o cidadão reduz o que come, como se move e até como se diverte, o governo continua gastando, contratando e aumentando sua máquina. A classe média está sendo sufocada por um sistema que exige muito dela — e entrega pouco em troca.
Se nada for feito, o caminho é perigoso: a classe média está em risco de desaparecer, sendo empurrada para baixo, perdendo poder de compra, dignidade e mobilidade social.